quinta-feira, 30 de abril de 2015

Dica de Filme: Clube da Luta (e comentários sobre a ditadura no Paraná)


   Clube da Luta (1999) teve a direção de David Fincher, com roteiro de Jim Uhls adaptado do romance escrito por Chuck Palahniuk, e participação de Brad Pitt, Edward Norton e Helena Bonham nos papéis principais.
   No filme o narrador (Edward Norton) em nenhum momento do filme conta seu nome. Isso vem devido ao fato de que enquanto ele vivia sua vida cheia de regras, trabalhando para conseguir dinheiro para comprar bens que nem mesmo precisava, ele não tinha identidade, era apenas um ninguém. Porém, um dia em uma viagem de avião ele encontra um estranho que é totalmente o contrário dele, alguém que sempre quis ser. Eles trocam números e um dia quando a casa do protagonista pega fogo, ele liga para esse estranho, Tyler Durden (Brad Pitt) e pede um lugar para dormir. A partir desse momento que ele começam a conviver juntos em uma casa abandonada e se tornam melhores amigos.


   É com Tyler que somos apresentados à filosofia da igualdade (ou crítica à sociedade / ou anarquia, se preferir). Após um dia em que os dois personagens saem do bar bêbados, eles começam um tipo de prática a qual eles lutam de igual para igual com as mãos nuas como forma de liberar toda a frustração e rancor que o protagonista tinha guardado durante esse tempo no trabalho. A partir daí outras pessoas começam a se interessar e é aí que se cria o Clube da Luta, um lugar onde ninguém tem nenhum título. Um lugar onde ninguém tem posse nenhuma, nem leva nenhum bem material consigo. Um lugar onde funcionário pode tirar suas diferenças com seu chefe usando os punhos e saírem amigos no final. Um lugar de revolução.


   É nesse contexto que quero entrar com a situação atual do Estado em que vivo, o grande Paraná. Todos sabemos que o Brasil está passando por uma crise gigantesca que permanece escondida atrás de novelas e jogos de futebol na TV, não tendo nenhum destaque nos jornais. Mas para todos aqueles que abraçaram a tecnologia e as redes sociais, sabe que a situação está crítica. Não é apenas aqui em minha terra que estamos tendo manifestações e muita gente insatisfeita com o rumo que as coisas estão indo. Mas é fato que os ocorridos nessa semana na capital, Curitiba, foram repercutidas até mesmo na mídia internacional e o povo está começando a abrir os olhos.
   O que ocorreu foi que o governador juntamente com o apoio dos deputados estava querendo aprovar um projeto de lei que o permitia meter a mão na previdência do Paraná mesmo a lei anterior abolindo essa prática, que viria a afetar todos os setores públicos e principalmente a educação deste estado que vêm sendo deixada de lado e desrespeitada pelo atual governador. Para saber mais sobre o assunto detalhado, confira AQUI.


   Onde quero chegar é que principal assunto trabalhado no filme se aplica também à nossa realidade. No Clube da Luta pudemos acompanhar enquanto Tyler e o protagonista conquistavam cada vez mais gente enquanto a notícia do clube ia aumentando. Logo essa notícia alcançou todo o país, provando que mesmo com a regra número um "nunca fale do Clube da Luta", o povo apoiava a ideia de que todos são iguais se descartarem seus bens tratarem um ao outro com respeito. Mas não é só isso, as pessoas que participavam do clube não se tratavam de chefes de multinacionais, eles eram todos pessoas comuns, um carteiro que você conhece, um policial da esquina, ou até mesmo o açougueiro. É aí que o filme prova que mesmo os trabalhos menos reconhecidos, quando param de funcionar e saem para reivindicar seus direitos, eles constroem uma força poderosa o suficiente para derrubar qualquer milionário ou político que tem a sensação equivocada de que está acima dos outros.
   E isso serve de exemplo para a situação que os professores passaram essa semana, com a demonstração de nosso governador que acha que é o rei dessas terras e estabeleceu uma ditadura militar fora da votação da lei, impedindo que o povo tivesse alguma participação e atacando eles com um batalhão extremamente exagerado o qual ele tirou de cidades vizinhas, impedindo-os de servir às suas respectivas cidades e os forçando a enfrentar professores indefesos.


   Chega de ficar parado. Chega de calar a boca e ficar esperando que nossos regentes tenham uma súbita mudança de caráter e apoie o povo. O Estado foi feito para trabalhar PELO povo, não CONTRA o povo. Se todos nós apoiarmos essa luta, não tem engravatado que possa lutar contra nossa força de vontade.

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