Bom dia, boa tarde e boa noite, taverneiros. Como vocês estão? Depois de um tempo banido, finalmente estou de
volta! Hoje entramos nessa reta final, começando nosso
papo sobre o time de ouro judeu, sobre o maior e melhor caçador de todos, sim,
esse mesmo, hoje falaremos sobre Bastardos Inglórios (Inglourious Basterds).
Caso não tenha visto as duas partes do post sobre Kill Bill, pode clicar AQUI. E apenas lembrando que, como sempre, assista o filme antes, pois embora seja um post de recomendação, contém bastante spoiler. Então, teje avisado!
Caso não tenha visto as duas partes do post sobre Kill Bill, pode clicar AQUI. E apenas lembrando que, como sempre, assista o filme antes, pois embora seja um post de recomendação, contém bastante spoiler. Então, teje avisado!
Sabem, sou um historiador de
meia-tigela. Eu deveria é engolir todos esses filmes que tratam de História.
Não é o que eu faço, maior prova disso é o meu fanatismo sobre Brave Heart.
Bastardos é um dos filmes top 5 da minha vida, por isso esse post é tão especial pra mim.
O filme já começa de maneira
MUITO promissora. A introdução de um dos personagens-chave do filme, o Cel.
Landa (Christoph “MEU REI” Waltz), da SS, é magistral. A sequência inicial do
filme é de tirar o fôlego e já vai mostrar um dos principais trunfos do filme:
a atuação (E QUE ATUAÇÃO!). Simplesmente sensacional, é aquele caso onde os
atores, mesmo sem falar nada, conseguem demonstrar o que está se passando na
cabeça deles. E isso pode trazer enorme desconforto ao espectador (o que é
ótimo), pois Bastardos Inglórios é um filme intenso e tenso.
Bastardos é basicamente sobre um
filme, feito com esse intuito. Baseado nas façanhas do soldado Fredrick Zoller
(Daniel Brühl), todo o drama do filme acaba girando em torno da noite de
estréia da película na França, contando com a presença dos mais altos
comandantes do Terceiro Reich. E é aí que entra a missão mais importante dos
deles.
Os Bastardos são um grupo de
operações formado nos Estados Unidos com um único intuito: matar nazistas. Tudo
comandado pelo Tenente Aldo Reine (Brad “FUCKING” Pitt), que aqui vira uma caricatura dos americanos, o que faz a matança dos nazistas se tornar, de alguma forma, divertida. Tarantino
fez algo mágico logo de início, quando os nazistas estão sendo espancados, alvejados,
escalpelados ou outra coisa violenta, isso é feito de forma divertida. É
bastante caricato e com trilhas sonoras não de tensão, mas de pura diversão.
Quando é o contrário, quando algum nazista está sendo violento com outro
personagem "inocente", o clima de tensão e terror já é muito maior. Isso é mestre e mostra
a genialidade de Tarantino ao fazer uma propaganda de patriotismo americano em um filme que fala sobre a história de um filme patriota nazista. (Sua cabeça acabou de ser explodida)
Isso nos leva a um excelente
ponto do filme, assim como os outros de Tarantino, a trilha sonora. Uma seleção
de músicas de extremo bom gosto, com direito a Ennio Morricone, é daqueles
filmes onde a trilha realmente afeta o espectador, deixando-o atônito,
exasperado, temeroso e etc. Isso ajuda muito no clima de “e agora, o que
acontece?” que o filme sugere, pois a tensão estará sempre com o espectador.
Acredito que muita dessa tensão
também se deva à mania de dividir o filme em capítulos. Essa semelhança com um
livro traz essa sensação, pois eu, pelo menos, sou movido a essa curiosidade de
terminar logo um capítulo para saber como vai ser o próximo. E isso é trazido
para Bastardos Inglórios, de forma que cada capítulo possui uma importância
específica, deixando os vários focos narrativos cada vez mais interligados, de
forma a que as ações se cruzam e se completam ao final.
Tecnicamente o filme é absurdamente
sensacional. Jogo de câmera, figurino, efeitos. Há tudo para encher os olhos,
pois a reconstrução da época ficou realmente excelente. Achei incrível como
mesmo estando na França, Tarantino não mostrou nem sequer uma mísera imagem da
Torre Eiffel. Mas mesmo assim, é possível se sentir dentro da França e também
perceber a assustadora e monstruosa presença dos alemães, que claramente são
demonstrados como intrusos.
Sinceramente, não tenho do que
reclamar. Inclusive porque a História em si não foi respeitada nas vias de
fato, e o diretor deixa isso muito claro. O final é surpreendente justamente por causa disso, pois a ousadia do
filme vai além do comum, que seria respeitar os caminhos ocorridos na
realidade. Representando como seria o final da guerra se dependesse de um fanático nacionalista, assim como o filme representando em Bastardos Inglórios acabava como o personagem principal saindo como um herói nacional, impressionando quem estava assistindo.
Por outro lado, o universo
nazista na França ocupada e seus valores estão muito bem representados no
filme, e isso é o que de melhor se pode tirar da ficção baseada no real: a
reconstrução e representação de valores. Posto isso, todo o resto ser ficcional
é o ponto crucial para sermos surpreendidos.
Bastardos Inglórios é
essencialmente tenso e tem uma mensagem a passar. De vingança, de redenção, de
civilidade. Mas não é por isso que o filme é excessivamente sério. Pelo
contrário, o clima descontraído e de humor está presente em muitas cenas,
principalmente nas que Brad Pitt aparece, com um sotaque do sul dos EUA pra lá
de engraçado. E eu ainda quero entender por que o título em inglês é escrito
errado..
Semana que vem já sabe! A segunda
parte LOTAAAADA de spoilers e tudo que eu o meu coraçãozinho over excited pode
oferecer pra vocês! Tenham um resto de semana incrível, e até quinta que vem!
Créditos ao Neto e pro Jean delícia pela ajuda com a
produção do artigo.
- Lucas
- Lucas
Eu adoro como o Hitler do filme é cômico, kk. O filme é incrível, o Tarantino conseguiu fazer um filme nazista extremamente divertido, fugindo dos padrões tristes, criando uma versão alternativa de forma magistral, assim como o Kubrick fez em Dr. Strangelove. E falando em Kubrick, os Bastardos Inglórios são praticamente os druguis do Clockwork Orange, só que em outra época.
ResponderExcluirSim. Com tanta genialidade num filme só, não é atoa que o Tarantino se projetou na última fala do filme: "This might be my masterpiece". :D
ExcluirEu me empolguei um pouco e esqueci de elogiar, kkk. Ótimo post, estarei esperando a segunda parte dessa "obra de arte".
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